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quinta-feira, 6 de setembro de 2007

SNS

Orgulho-me de pertencer a uma geração que ainda preza e respeita os velhinhos princípios do velhinho SNS - Sistema Nacional de Saúde. Humanista, solidário, de acesso universal, com muito boa qualidade e tendencialmente gratuito. Sim, porque a saúde não é um privilégio nem um luxo apenas ao alcance de alguns. Quer dizer, não deveria ser... O acesso aos serviços de saúde com qualidade, quer sejam eles cuidados primários quer mais especializados, é um direito de todos os indivíduos, independentemente do sexo, idade, raça, credos ou da carteira do doente.
Vejam por exemplo esta pomba, que encontrou refúgio para pernoitar e criar os seus filhotes na parte de dentro de uma janela do Hospital de Santo António dos Capuchos em Lisboa...


Por sorte os profissionais que ali trabalhavam na altura também respeitavam e viviam felizes consoante os ensinamentos do antiguinho SNS e a pomba viveu ali sem ser incomodada durante muito tempo - sim, porque como dizia (e muito bem) o nuestro hermano lá do serviço e cujo nome já não me lembro - "...porque isto é um hospital. Dá-mos guarida a toda a gente...".
Se fosse hoje com as modas das SA's e EPE's, pagamentos e demais extorsões a quem está doente, provavelmente iriamos ver o Senhor Ministro da Saúde a exigir algum tipo de pagamento á pobre pomba ou então a aliciar a pobre coitada a optar pelo que ele gosta de chamar de IVG (aborto para quem não sabe o que é um IVG), provavelmente para que a despesa da limpeza da janela fosse menos incomodativa para o orçamento do hospital...
Vivem-se tempos difíceis... Fico preocupado quando penso no futuro.. Não só pela minha saúde física e psíquica, mas sobretudo pelos doentes, que cada vez mais perdem o apoio do Estado nos momentos díficeis em que a doença bate á porta...

2 comentários:

Sebastião da Graça; Rodrigo Pais disse...

Ainda se dizem com pouca qualidade na escrita! De crítica social a lazer, tudo o que escrevem, está a melhorar a cada dia que passa... Muito bom este vosso blog!

Anónimo disse...

Meu Deus. Que saudades eu sinto desta escada e do que vivi neste hospital. O mês mais intenso da minha vida.Questiono-me se ainda será habitado pelas mesmas pessoas de há 3 anos atrás. (desculpa a invasão, mas não resisti).